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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Não podíamos latir, pensar ou se quer sorrir, nos prendiam coleiras e impediam que andássemos para terras distantes (talvez porque já soubessem de nosso ódio). Nos alimentavam com restos, nos expulsaram de nossos próprios mundos e tudo a custa de quê? De terem com que provar que não, não estão ou não são, melhor, que nunca foram sozinhos? Precisavam de ratos dentro de uma jaula para provar que existia uma capacidade, desconhecida por todos, de conseguirem criar algo que não fosse sentimentos ruins? Sim, eles precisavam de muito além disso. Dói ver que infelizmente, chegamos num ponto aonde companhia não é conquistada, e sim aprisionada.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Quero amar-te sem restrições,
Sem proibições
Sem ser preciso quebrar corações.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O que serei eu, após essa metamorfose?
Suicidas talvez me sugiram morrer em plena overdose.
Outros, porém, insinuam dopar-me com algumas doses
Mas eu renunciei, a partir afogado em tosses.
Diante do espelho, na claridade ou escuridão
Pude ver-me sofrer costurado o coração,
Impedido de viver, despedaço no furacão.
Sem muito procurar, logo encontrei
A resposta sem muito vagar, a tal que tanto almejei
Num buraco a ecoar, demasiado me deitei
A terra começaram a jogar e o mundo por fim eu deixei.
Que as cheias fossem de amor
Os ventos de harmonia,
Que as flores não trouxessem horror
Ao renunciarem a alegria.
Que de todo o teu pavor
Possamos criar a fantasia,
Em meio ao mundo claustrofóbico e sem pudor
"Guria não chores mais", a gente dizia.
E confortando corações banhados à dor
Contendo lágrimas enquanto sorria,
Renunciando de toda forma o ardor
Por não termos mais companhia.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Eu componho música para os pássaros e escolho uma escala de cor para as violetas. Eu seleciono dentre confusos e semelhantes sonhos o que desejo sonhar naquela noite fria. Eu controlo meu choro e as vezes quando é preciso despejá-lo, sorrio, aprendi em alguma esquina dessas entrançadas com gigantes ruas que essa é a arma para não se molhar com águas tão dolorosas. Nos primeiros dias de uso da teoria não tive bons resultados, fiquei três meses em cama por fortes dores no peito. Será que essas águas são tão impetuosas e atrevidas que alcançaram meu coração? Pensei no mais óbvio e não era isso. Sim, era claro. A teoria havia falhado. Mais três meses depois já não era possível abrir os olhos, e ainda sim eu tentava (talvez em vão) julgar-me firme nessa tentativa. Três dias. Esse foi o tempo necessário para que eu visse o verdadeiro problema. Não era a teoria que estava errada e sim o meu modo de executá-la. Um dia chorava, outro sorria e no outro chorava. Um ciclo que jurei ser interminável, até provar o contrário.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Eu sou fruto do acaso
Semelhante ao desespero, roubei um traço
Desenhando o céu, me fiz palhaço
E tropeçando pelas ruas em pedaços
Conjurei a vida à estilhaços.
Mórbido e com poucos passos
Abrigando-me em promíscuos espaços
Chorava em contínuos descompassos
Me afogava em inúmeros casos,
Aonde o amor gerava atrasos
E quebrava assim os chamados "casais feito de aço"
Que mais tarde gerariam, mais um fruto de acasos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Não sabemos o que é sofrer até descobrirmos que nossos dias estão chegando ao fim, que deixaremos tudo que conseguimos até agora solto pelo ar, e que depois de algumas horas estaremos podres e mais inúteis do que nos sentíamos quando ainda éramos vivos. É cômico porque só nessas horas descobrimos o valor de coisas que antes seriam simples, meus pulmões doem a cada tentativa de enchê-los de vida, meus olhos choram se alguma palavra eu insistir em proferir... Acreditem, não há nada pior que estar morrendo aos poucos sem poder contar nada a ninguém, e sabendo que fomos nós quem buscamos essa morte.