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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

E agora que o teatro fechou as portas, o que mais farei eu para me manter de pé? Quem mais irá assistir as minhas criações bizarras de drama? Aos meus personagens suicidas, expulsos dos padrões impostos pela sociedade? O que irei fazer com esse roteiro de vida que resolvi expôr? O que farei para com que a saudade da tristeza não me venha fazer visitas? Diga-me, o que farei?
Por isso lhe peço encarecidamente que abra as portas da teatro e me deixe usufruir do único amigo que ainda possuo.
Por quanto tempo mais chorarei pelo menos motivo? Até quando o meu café será amornado com a frieza de meus dedos e salgado com os litros de lágrimas choradas? Talvez quando eu deixar de amar isso aconteça, talvez quando eu reparar que estou sempre a amar andar pelo caminho errado. Ou talvez, até, seja minha sina, meu consagrado destino, talvez eu esteja pagando por meus pecados aqui na Terra, talvez alguém tenha me condenado à uma tristeza temporária e achou tão magnífica a minha postura que resolveu prolongá-la a permanência.
 Por favor, me entregue toda aquela felicidade que um dia recusei de ti, todo aquele amor que esnobei e joguei no lixo, todas aquelas palavras que tapei meus ouvidos para não ouvi-las. Mas se tu resolveres que será melhor deixar-me ser consumida pela dor e tristeza, que assim seja. Só não cometa o mesmo erro que eu.

sábado, 10 de setembro de 2011

  Chega uma hora em que tu decide jogar tudo pro alto, desiste de quebrar a cara, desiste de sofrer, desiste de passar pelas mesmas ruas e sentir um deja vú, mas depois infelizmente tu se lembra que não pode e esse não poder lhe traz ainda mais vontade de desistir. É um ciclo sem fim ou talvez não. Tudo pode ter um fim, a partir do momento que damos um início, uma evolução e como a lei da vida manda, damos uma morte e essa morte pode carregar nossa coragem de ainda não ter desisto, até porque nada permanece em nosso corpo pra sempre. Pois bem, toda essa filosofia barata de almanaques possui algo interessante.. Ela nos ensina que por mais que todas nossas forças acabem e nossa coragem também, temos que continuar de pé pra quando nosso dia de partir chegar, termos cumprido tudo que prometemos. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Me disseram que a indisciplina era coisa de marginais, provei o contrário. Me disseram que acidez nunca poderia ser juntada com o adocicado, provei o contrário. Me disseram que xingar era o pior crime que alguém poderia cometer e mais uma vez provei o contrário. Mas em uma certa vez, me disseram que o amor era sinônimo da dor e quando consegui provar o contrário todos deixaram de acreditar que as coisas são como são e sim que elas são como achamos que devem ser.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

 Eu posso me recordar detalhadamente daquela mórbida tarde, daquelas xícaras de café transbordando rebeldia por toda casa, daquele carpete manchado por lágrimas ferozes, daquelas garrafas de bebidas vazias que de tão vazias ecoavam o som de meus passos. Enquanto caminhava por aquele cenário grotesco de uma bela estória de romance aonde o mocinho termina com a donzela e o vilão termina nas colinas de um Vale Distante, pude perceber o quão diferente estava aquele lugar. Havia sido tomado pela tristeza, pela mágoa, pelo rancor e todos esses sentimentos permaneceriam por lá durante muito tempo, nem mesmo a mais radiante felicidade e a chama mais aguda da luz poderia mudar a aparência morta daquela casa. As flores murcharam, o chão se tornou mais forte que pedra, as paredes tinham como tinta o sangue derramado de alguém que tanto se importou com aquele lugar.
  Quando deixei aquele mundo pensei que ele seria preservado da mesma forma que as minhas lembranças também seriam, mas me esqueci que deixei tudo aquilo nas mãos de alguém que forçou a minha partida, de quem causou a minha morte.

sábado, 3 de setembro de 2011

Eu queria muito saber como agir diante de tudo isso, queria ser forte e fingir que não estou sangrando intensamente por dentro, fingir que todo esse sofrimento é invisível e não me atinge, porém não sei como e nem se soubesse não seria capaz de agir de tal maneira. Sabe aqueles dias de sol? Aqueles dias em que nada pode nos tirar a felicidade? Pois é, faz algum tempo que não sei o que é isso, tempo o bastante que nem me recordo mais como é ser feliz.. Consegui esquecer. O que me resta agora é aprender a conviver com toda essa tristeza que me devora e insiste em me habitar e isso não é tão difícil de ser aprendido e posto em prática.