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terça-feira, 14 de dezembro de 2010



 Todos diziam que ela não era capaz, todos cuspiram em sua cara e impuseram seus dedos contra ela, e com todo ódio e frieza que aquele bando possuía gritaram ao máximo que puderam, dizendo que aquela menina era fraca e que ela nunca conseguiria vencer uma batalha sozinha, sem que pedisse ajuda e implorasse aos prantos a sua desistência e o direito de partir, não necessariamente vitoriosa pelo prêmio, mas viva pela luta. Muitas pessoas a enganaram fizeram-na de escrava, tornaram-na um ser inútil para si mesma incapaz de sorrir, pois as marcas de suas lágrimas deixaram cicatrizes tão profundas, que nem mesmo um sorriso as esconderiam, mas isso tudo foi o custo cobrado por tudo que ela havia feito, pelos dilúvios chorados por quem a amava e ela fazia sofrer, isso é pouco comparado a tudo que ela fez e não se arrependeu. Porque devemos nos importar com a pessoa que menos se importou conosco, que esqueceu que o universo não conspira ao favor dela, e não enxergava mais o que seus atos extremamente frios e cruéis poderiam causar. Ela era tão má, não poderia ser comparada a uma rosa com espinhos, pois os espinhos das rosas são retirados pouco a pouco, mas os dela são incapazes de serem removidos daquela pedra de aço que ela carrega no peito e chama de coração. Todas as desgraças que com ela ocorreram tornaram aqueles momentos até cômicos, por culpa da sua tamanha ironia, que não podia ser comparada a nada neste mundo, a cada momento me convenço mais que ser nenhum pode ser comparado com aquele monstro que antes fazia parte da minha vida. Eu não sinto ódio dela, até porque já faz tanto tempo... Porém não há tempo que cure as feridas do coração e da alma, o tempo cura apenas as do corpo, e assim mesmo nos deixa as cicatrizes, para que aquelas tristes cenas caminhem conosco para todo o sempre, elas não doem ao serem tocadas, mas expelem sangue quando são lembradas.
 Todos condenaram aquela triste menina, não à morte, mas a carregar pelo resto da vida o sentimento de culpa, fizeram-na enxergar seus erros, porém ela demorou muito tempo a aprender corrigi-los e a pedir perdão por eles, para ela nada mais teria perdão, nem que ela implorasse até seu último suspiro, ninguém a perdoaria. Porque aquela menina mudou ? Será que percebeu que sua existência não tinha mais importância para ninguém, a não ser para ela mesma ? Será que ela viu que a sua volta não existem mais amigos, apenas pessoas que condenaram-na por tudo que ela fez e não se arrependeu ? Só agora, quando sua vida terá um fim ela deixará de ser um estorvo. Chega a ser deprimente ver aquela pessoa te perseguindo e quando te olha deixa escorrer lágrimas por todo o rosto, e com a voz trêmula do frio e aguda por não ter mais forças diz: - Me perdoe ! Deixe-me descansar em paz.
    Todos perturbaram a vida daquela garota arrependida de seus erros, ninguém pôde perdoa-la todos foram piores que ela, pois eles, aquele bando, com suas palavras de ódio mais uma vez conseguiram com que ela chorasse incontrolavelmente e pouparam um trabalho que para eles seria até divertido. Aquela menina não conseguiu viver sem ser perdoada, e acabou com sua vida definitivamente. Ela pôs um fim àquela história que talvez tivesse um final feliz. Ela parou de escrever aquele livro e o deixou incompleto, não conseguiu provar que ama, não suportou ser julgada e ouvir por diversas vezes que é incapaz de amar, ela não disse à ele, que o que mais queria era se jogar em seus braços e chorar, tocar seus lábios nos dele, se jogar em seus braços e não se soltar mais, ela se esqueceu de declarar um amor tão antigo, mas lembrou-se de deixar uma prova dele. Quando ela estava quase pondo um fim a esse livro, virou a página que estava em branco e escreveu: - Eu te amo, e pela última vez me perdoe !

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